Outra instituição pela qual João Patrício tinha grande estima e com a qual era
igualmente benemérito, era a Irmandade de Nossa Senhora do Socorro, à qual fazia
grandes doações:
- em 16 de Agosto de 1888, João Patrício e D. Henriqueta Guilhermina
ofereceram àquela Irmandade em vestido de seda branca, com cinto com fita de cetim da
mesma cor, um manto de seda azul bordado a ouro fino e uma cruz de prata cravejada
enfiada num colar de ouro, com a intenção destes só serem usados na imagem da Santa
nos dias da festividade, segundo uma carta enviada ao Juiz da Irmandade pelos
ofertantes;
- em 1892 ofereceu uma estampa a cores com a imagem da Santa e com os nomes dos fundadores da capela e irmandade;
- em 1896 ofereceram para a Sacristia da Capela um oratório em castanho, que pertencera ao Real Hospital de Albergaria, arrematado por João Patrício Álvares Ferreira, que o ofereceu em 20 de Setembro desse ano. Este Oratório é de grande valor histórico;
- para além destas, ofereceu também os pináculos para o telhado da Capela, entre outras pequenas ofertas.
(...)
No início da década de 20 do século XX, João Patrício lançou a ideia de se
construir um hospital em Albergaria-a-Velha e elaborou um projecto de Estatutos para a Instituição a que deu o nome Hospital-Asilo de Nossa Senhora do Socorro, promovendo uma subscrição pública para a qual concorreu com dez contos e, em poucos dias atingiu uma soma superior a trinta contos.
Após a morte de João Patrício, todo o processo de construção do Hospital foi
continuado por seu parente Dr. Bernardino Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Apenas alguns anos mais tarde, em 1938, o hospital viria a ser inaugurado, embora sem o nome que o seu mentor pretendia: “Hospital-Asilo de Nossa Senhora do Socorro”, ficando antes “Hospital da Misericórdia de Albergaria-a-Velha”.
Delfim Bismarck Ferreira, revista Patrimónios nº 8
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