segunda-feira, 30 de setembro de 2019

terça-feira, 12 de junho de 2018

Armandina Cartaxa


Armandina Ferreira Henriques (18/11/1909 - 25/11/1995). Também conhecida por "Armandina Cartaxa", apelido de família e por "Socorro", pois tomou conta da capela da Nossa Senhora do Socorro, durante mais de 30 anos, graciosamente. Viveu na habitação ao pé da Capela. Era uma figura muito popular pela sua linguagem com muitas asneiras, mas ditas com graça e sem qualquer espírito de maldade ou com intenção de ofender alguém. Tinha um grande espírito de diversão e era famosa por acompanhar os "Zé Pereira" no sábado da festa da Senhora do Socorro, tocando o bombo deste agrupamento que anunciava a grande festa da nossa terra.

Aqui há uns anos um "GNR" novato em Albergaria, ouviu-a falar e resolveu prendê-la e levá-la à presença do Dr. Juíz da época, acusando-a de ofensa à moral pública pelas obscenidades que proferia. O Juíz que a conhecia explicou ao Guarda que o vocabulário utilizado por ela não era para ofender alguém e era dito por mera diversão e boa disposição e conhecido por todos os albergarienses. E claro, mandou-a em paz. Outra vez, na loja do Sr. Ezequiel, um forasteiro, ouviu-a falar, pensou tratar-se de "mulher da vida" e apesar de avisado, resolveu apalpá-la e levou dela umas chapadas que obrigou o dito senhor a fugir rapidamente. Nos últimos anos de vida como não tinha força para pegar no bombo, alguém leva-o e ele tocava na mesma. Uma personagem do meu imaginário albergariense.

Duarte Machado, 14/10/2012


Grupo de Zés Pereiras de Frossos - Com a caixa o Sr Armando, com a gaita de foles o Sr. José Vieira (ferreiro), por trás da Sra do Bombo - de boina - o Daniel da Pedra.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

João Patrício Álvares Ferreira

Outra instituição pela qual João Patrício tinha grande estima e com a qual era
igualmente benemérito, era a Irmandade de Nossa Senhora do Socorro, à qual fazia
grandes doações:

- em 16 de Agosto de 1888, João Patrício e D. Henriqueta Guilhermina
ofereceram àquela Irmandade em vestido de seda branca, com cinto com fita de cetim da
mesma cor, um manto de seda azul bordado a ouro fino e uma cruz de prata cravejada
enfiada num colar de ouro, com a intenção destes só serem usados na imagem da Santa
nos dias da festividade, segundo uma carta enviada ao Juiz da Irmandade pelos
ofertantes;

- em 1892 ofereceu uma estampa a cores com a imagem da Santa e com os nomes dos fundadores da capela e irmandade;

- em 1896 ofereceram para a Sacristia da Capela um oratório em castanho, que pertencera ao Real Hospital de Albergaria, arrematado por João Patrício Álvares Ferreira, que o ofereceu em 20 de Setembro desse ano. Este Oratório é de grande valor histórico;

- para além destas, ofereceu também os pináculos para o telhado da Capela, entre outras pequenas ofertas.

(...)

No início da década de 20 do século XX, João Patrício lançou a ideia de se
construir um hospital em Albergaria-a-Velha e elaborou um projecto de Estatutos para a Instituição a que deu o nome Hospital-Asilo de Nossa Senhora do Socorro, promovendo uma subscrição pública para a qual concorreu com dez contos e, em poucos dias atingiu uma soma superior a trinta contos.

Após a morte de João Patrício, todo o processo de construção do Hospital foi
continuado por seu parente Dr. Bernardino Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Apenas alguns anos mais tarde, em 1938, o hospital viria a ser inaugurado, embora sem o nome que o seu mentor pretendia: “Hospital-Asilo de Nossa Senhora do Socorro”, ficando antes “Hospital da Misericórdia de Albergaria-a-Velha”.

Delfim Bismarck Ferreira, revista Patrimónios nº 8

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Estátua


De Oliveira de Azeméis a Fátima pelo caminho de Santiago - 1ª etapa

10.07.08

Segue-se então por estradões e estradas paralelas à EN1 e obviamente com muito menos movimento, que nos levaram junto a esta estátua, próxima do Santuário da Nossa Senhora do Socorro.

terça-feira, 15 de março de 2011

Geocaching - Nossa Senhora do Socorro



GC1KDFK Nossa Senhora do Socorro (Multi-cache) in Aveiro, Portugal created by RMatosinhos adopted by Geopepe


A cache está em: 40 43.(179 + B), -8 28.(356-A-B) em que: A - é o número de colunas do coreto B - é o número de colunas da pérgula.


Trata-se de um local de culto muito por vezes muito movimentado, por vezes demasiado calmo onde qualquer movimento se torna suspeito. LOCAL - Situado no monte "Bico do Monte" a 2 Kms da vila de Albergaria-a-Velha. No topo do monte existe uma capela construida em 1859, como ex-voto à Virgem, quando a epidemia "cólera-morbos" parecia dizimar toda a população. Todos anos no 3.º Domingo de Agosto vêm a este local peregrinos de diversos locais. Existe também neste local uma casa de retiro. A CACHE - Trata-se de um container de tamanho small envolto num saco preto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Devoção a Nossa Senhora do Socorro mantém-se



A comissão de festas em honra da padroeira não regista qualquer redução na afluência ao Bico do Monte e, por isso, acredita que a fé perdura no tempo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Cartaz da Junta de Freguesia

http://www.jf-albergaria.pt

Cartaz da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha

Imagens:

1 - Paços do Concelho;
2 - Monte do Socorro;
3 - Capela e Casa de Santo António;
4 - Torreão;
5 - Cine-Teatro Alba (o Chafariz foi recolocado no seu local de origem);
6 - Casa da Fonte.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Transformação na paisagem do Bico do Monte


O “Bico do Monte” está diferente. Para pior. A principal sala de visitas de Albergaria está despida e mais pobre. Muitas árvores – algumas delas com décadas de existência – foram decepadas e recolhidas. O cenário chega a ser devastador, agora que o desmazelo acumulado ao longo de anos foi irreversivelmente desmascarado. Para exaltar a ironia da situação, sobra uma mesa, abandonada naquele monte de nada, longe de usufruir da sombra de outros verões que acolheu numerosas famílias em farnéis entretanto celebrizados pela memória colectiva.


Há muito que tenho pugnado por uma intervenção deliberadamente estruturante, que reabilite e projecte a Senhora do Socorro para dimensão mais compatível com a História, a singularidade do lugar e as (legítimas) aspirações da população que ali aprendeu a ver e a sentir uma referência da sua terra.

Contudo, o tempo tem confirmado o declínio d’ ”O Bico do Monte”. Não se percebe bem porquê, mas o certo é que o par de palavras que melhor resumirá a situação reinante no último quartel de século se confina à explosiva combinação da estagnação com a degradação.

Aliás, e em jeito de prevenção, alerto para o estado da ponte ali existente, bem visível no seu interior (vide fotos), devendo juntar-se o estado miserável dos acessos à capela.

Não são pinturas de sanitários que apagam o sentimento de mágoa que parece perpassar a opinião pública albergariense.
Contudo, e porque a informação escasseia, o tom da crítica não pode ser muito contundente. E é também por isso que importaria dar resposta a algumas questões:

- Quem e que circunstâncias ditaram o corte de árvores?
- Que objectivos motivaram esta decisão?
- No caso de esta iniciativa não passar de uma antecâmara para uma abordagem mais ampla, o que se pretende ao certo fazer e que cronograma de procedimentos foi definido?
- Em alternativa, se este corte de deveu à vontade de terceiros, que contrapartidas foram asseguradas e que diligências estão programadas para repovoar a extensa área ora deserta?
Se a Senhora do Socorro é do Povo, deve, em consequência, fomentar-se uma gestão clara e partilhada do seu património, seja ele material ou natural.


Quando o mês de Junho estava prestes a acabar, a bancada do PS na Assembleia Municipal suscitou a questão dos trabalhos que foram levados a cabo na Senhora do Socorro, tentando - segundo se percebeu - obter resposta para algumas das questões que também aqui formulei, em post datado de 7 de Junho. A saber:
- Quem e que circunstâncias ditaram o corte de árvores?
- Que objectivos motivaram esta decisão?
- No caso de esta iniciativa não passar de uma antecâmara para uma abordagem mais ampla, o que se pretende ao certo fazer e que cronograma de procedimentos foi definido?
- Em alternativa, se este corte de deveu à vontade de terceiros, que contrapartidas foram asseguradas e que diligências estão programadas para repovoar a extensa área ora deserta?» (SIC)

Segundo consta, parece que João Agostinho Pereira [Presidente da Câmara] terá reagido mal, não tendo sido capaz de disfarçar o desconforto que as perguntas lhe terão causado. Terá afiançado desconhecer a intervenção que ali foi levada a cabo, enfatizando que tal matéria não seria da sua competência até porque o "Bico do Monte" não é propriedade autárquica.

Em qualquer dos casos, o cidadão comum registará a aparente falta de articulação entre as partes como se a Senhora do Socorro fosse porventura um assunto menor.

Em complemento, o edil terá recordado a existência de um Plano de Pormenor já aprovado para aquela importante sala de visitas. Neste particular, importaria saber:

O abate de árvores respeitará o inserto no referido Plano de Pormenor?
Em que fase de desenvolvimento/execução do Plano estaremos? (A menos que - claro está - o destino destes ou de outros Planos se confine aos abafados ambientes de gavetas escuras e profundas...)
Que acompanhamento/monitorização tem sido dispensado à prossecução do supra mencionado Plano?
Entretanto, o "Bico do Monte" pouca evolução registou. Algumas ladeiras íngremes terão sido reconstruídas, mas as sombras e as mesas foram-se. Temo que estes "trabalhos" visem unicamente proporcionar melhores condições aos vendedores que ali se acotovelam no período das festividades, a realizar no terceiro fim de semana de Agosto.

No mais, registo, com preocupação e surpresa, a aparente falta de exigência e de consciência cívica da opinião pública albergariense perante o estado a que chegou a Senhora do Socorro.

José Manuel Alho / Blog ALHO politicamente incorrecto, 07/07/2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Monte de N. S. do Socorro


Monte de N. S. do Socorro: Avenida principal, vendo-se ao fundo o Cruzeiro e a Capela pequena (hoje inexistente, devido a ter sido transladada na década de 1920 para a Quinta da Fonte, em Campinho), na primeira década do Século XX.

(livro "Imagens do Passado")

domingo, 20 de dezembro de 2009

Festas 2007

As festas anuais em honra de Nossa Senhora do Socorro levaram este ano [2007] ao Bico do Monte, uma multidão de fiéis em número claramente superior ao habitual.

A presença do bispo de Aveiro, que presidiu às cerimónias religiosas contribuiu de forma decisiva para essa participação numa peregrinação que continua a ser das maiores da Diocese de Aveiro.Durante três dias, de sábado a segunda-feira, a vila de Albergaria-a-Velha despovoou-se em grande parte, com os habitantes a rumarem ao Bico do Monte, onde se situa o santuário de Nossa Senhora do Socorro, padroeira do concelho. A construção do templo começou no longínquo ano de 1855, e fez parte de uma promessa feita por crentes religiosos dessa época, quando uma terrível peste, denominada “cólera morbus”, dizimou milhares de pessoas do concelho, especialmente da vila e lugares de Assilhó, Frias, Sobreiro, São Marcos, Fontão e Angeja.

Desde então, há 152 anos, sem interrupção, o terceiro fim-de-semana de Agosto é dedicado às festas da Senhora do Socorro, que têm um carácter essencialmente religioso. Este ano, as cerimónias foram presididas pelo Bispo de Aveiro, D. António Francisco Santos, que pela primeira vez esteve oficialmente na ermida.

Como nota de algum negativismo, fica o registo de um visível desleixo, notado na zona circundante do santuário, onde deveria ter sido feita uma limpeza geral das ervas daninhas e secas que se espalham por todo o lado. Também o pequeno lago situado nas traseiras, perto do coreto, dava uma imagem de sujidade das águas, que, pelo menos nesta alturas das festas, deveria ter sido evitada.

Em contrapartida e como medida positiva, está absolutamente correcto ter-se imposto a retirada para fora da zona da ermida, das barracas de comes e bebes e os espaços destinados aos vendedores ambulantes, que anteriormente se espalhavam na zona nobre da vertente religiosa. Então, com o odor do incenso sagrado, a misturar-se com o cheiro intenso da sardinha assada, a mistura era mesmo “explosiva”, por incongruente e até irónica, por adulterar, de forma errática, o sagrado e o profano.

Jacinto Martins / Soberania do Povo, 22/08/2007

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Irmandade

A comissão que gere a Irmandade do Santuário de Nossa Senhora do Socorro foi indicada há 22 anos pelo padre Fausto, pároco de então, e mantém-se até hoje. Os responsáveis pedem que novas pessoas se encarreguem da comissão, mas ninguém se aventura.

Entretanto, o grupo tem sido responsável pela manutenção do santuário, juntamente com a paróquia. O único fundo é angariado com as promessas e vendas de cera, bem como com a gestão dos terrenos florestais em volta do local.

Mesmo assim, não tem sido fácil e a comissão ainda não conseguiu melhorar e criar mais sanitários no santuário. Este é, segundo os responsáveis, um problema essencial para o bem-estar dos visitantes. As casa de banho que existem estão em mau estado e precisam de ser substituídas e aumentadas, tendo em conta o volume de pessoas que se desloca àquele espaço. A Irmandade alega que o Alto da Nossa Senhora do Socorro não é apenas um local visitado por motivos religiosos, muitas famílias e turistas aproveitam o espaço ver e o ar puro para fazer passeios e piqueniques de fim-de-semana. Na opinião da comissão é importante apostar em novos e melhores sanitários. A Irmandade gostaria que a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha pudesse ajudar a ultrapassar esta necessidade.

Carmen Martins / Diário de Aveiro (19.08.2008)

domingo, 25 de outubro de 2009

Projectos para o futuro

Fazer do Monte da Senhora do Socorro um espaço público de lazer, sem perder a sua função principal que é a religiosa, é o principal objectivo de um projecto que a Câmara Municipal elaborou, a pedido da Irmandade da Nossa Senhora do Socorro.

Promover o turismo religioso e potenciar o local, que é pertença da Diocese, de grande qualidade paisagística, são outros dos objectivos, de acordo com João Agostinho, presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha.

“A Câmara Municipal ofertou o projecto que é bastante ambicioso, mas que se for equilibrado poderá servir a Igreja e a comunidade”, explica o padre Querubim que acrescenta: “Por envolver o santuário é preciso que as coisas avancem com mais calma”. “No momento, o projecto está muito parado porque não há possibilidades económicas e existem indefinições que não permitem avançar para já com o projecto”, adianta o padre Querubim.

(Leia a notícia na íntegra na edição da 1.ª quinzena de Março de 2008 do Beira Vouga)

Fernanda Ferreira, Beira Vouga, 29/02/2008

sábado, 10 de outubro de 2009

Regulamento Urbanístico - Senhora do Socorro

Resolução do Conselho de Ministros n.o 56/2006

Sob proposta da Câmara Municipal, a Assembleia Municipal de Albergaria-a-Velha aprovou, em 26 de Setembro de 2003 e em 25 de Fevereiro de 2005, o Plano de Pormenor da Senhora do Socorro.

Foram cumpridas todas as formalidades legais, designadamente quanto à discussão pública prevista no artigo 77. do Decreto-Lei n.o 380/99, de 22 de Setembro.

O município de Albergaria-a-Velha dispõe de plano director municipal, ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 20/99, de 17 de Março.

O Plano de Pormenor da Senhora do Socorro prevê alterações à delimitação da Reserva Ecológica Nacional, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 157/97, de 17 de Setembro, tendo a redelimitação da Reserva Ecológica Nacional por ele proposta sido aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.o 29/2005, de 21 de Fevereiro, após ter obtido parecer favorável da Comissão Nacional da Reserva Ecológica Nacional.

O Plano de Pormenor abrange áreas classificadas no Plano Director Municipal de Albergaria-a-Velha como «espaço natural lúdico» a implementar através de plano de pormenor a ratificar superiormente, nos termos do nº 3 do artigo 24.o do Regulamento do Plano Director
Municipal.

Verifica-se a conformidade do Plano com as disposições legais e regulamentares em vigor.

Atendendo à noção restrita de pousada constante do artigo 43.o do Decreto Regulamentar n.o 16/99, de 18 de Agosto, e à tipificação legal dos empreendimentos turísticos, a ocupação prevista para a parcela n.o 4, identificada no quadro anexo ao Regulamento e na planta de implantação, deve ser interpretada como referente a estabelecimento hoteleiro.

A Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território—Centro emitiu parecer favorável.

Presidência do Conselho de Ministros, 30 de Março de 2006.

Regulamento

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Senhora do Socorro continua a atrair milhares de crentes

Os festejos em honra da Nossa Senhora, em Albergaria-a-Velha, terminaram ontem. O maior volume de visitantes foi registado no domingo, durante a missa e procissão. A Irmandade do Santuário da Nossa Senhora do Socorro não consegue apontar um número, porém arrisca dizer que passaram pelas celebrações de dia 17 muito mais que três mil pessoas.

Ao contrário do que se possa pensar, os fiéis não se estão a afastar da festa religiosa, nem da santa. De acordo com a Irmandade do Santuário da Nossa Senhora do Socorro, a alteração de hábitos de deslocação induz as pessoas ao erro. Enquanto há alguns anos poucas pessoas tinham viatura própria e deslocavam-se ao santuário de autocarro, enchendo os parques de estacionamento e permanecendo todo o dia junto ao templo, actualmente, cada família tem automóvel e entra e sai à hora que quer daquele local. As multidões estão mais repartidas pelos cinco dias de celebrações.

Por outro lado, a imagem da principal avenida repleta de pessoas a passear está ultrapassada porque a Irmandade conseguiu há três anos mudar as tendas comerciais e gastronómicas para zonas circundantes ao templo, o que retira parte dos visitantes do local religioso. A comissão entende que a religião e o comércio são importantes para as comemorações, mas cada uma deve ter o seu espaço. Apesar de algumas vozes discordantes, a ideia foi implementada e hoje representa um sucesso para todos.

Carmen Martins / Diário de Aveiro (19.08.2008)

domingo, 20 de setembro de 2009

Promessas dos fiéis giram em torno da família

Família, saúde e emprego são os principais motivos que levam os fiéis a fazer promessas na maior romaria do concelho

Família, saúde e emprego são motivos que levam os crentes a fazer promessas a Nossa Senhora do Socorro. A Irmandade do Santuário acompanha os fiéis e acredita que apesar da individualidade que cresce na sociedade, as pessoas procuram sempre o religioso. A procura do bem familiar é um exemplo de promessa que facilmente se encontra entre os desabafos dos crentes. E em redor do tema “família” muitas promessas se fazem. Mães que pedem emprego para os seus filhos. Mães que querem a cura de uma doença. Mães que sofrem com a separação familiar. São sobretudo mães que pedem a uma santa Mãe o melhor para as suas famílias.

Carmen Martins / Diário de Aveiro (19.08.2008)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santuário com projectos

Para o futuro, a Irmandade tem um projecto de transformar aquele local num parque natural, com infra-estruturas e condições para receber melhor quem o visita. O projecto está aprovado, a aguardar o parecer do Plano de Pormenor, mas não tem datas apontadas para a sua implementação. A ideia passa por aproveitar a área verde para criar um parque religioso e de lazer com espaços para estacionamento automóvel, parques infantis, estruturas de restauração e uma estalagem. Por enquanto, o plano permanece no papel.

Carmen Martins / Diário de Aveiro

sábado, 12 de setembro de 2009

Lifecooler

- Parque do Monte da Senhora do Socorro - Natureza Espaços Verdes

Zona verde com variada fauna e flora. Subindo ao Pico do Monte vislumbra-se um amplo panorama. Aí se situa, também, a Capela da Nossa Senhora do Socorro

- Santuário de Nossa Senhora do Socorro em Albergaria-a-Velha - Animação Turística Turismo Religioso

Situa-se na elevação conhecida como Bico do Monte a 2 km de Albergaria-a-Velha. No alto da capela um miradouro domina toda a região lagunar do Baixo Vouga, proporcionando aos visitantes uma vista muito interessante.

- Romaria da Nossa Senhora do Socorro - Património, Tradição e Cultura Festas Populares

É uma festa com grande tradição e à qual chegam visitantes de muitos e distantes lugares para venerar a Senhora do Socorro e cumprir as suas promessas.

Ficha e Localização Responsável: Paróquia de Albergaria-a-Velha Actividades religiosas: Missa Festas, Romarias Procissões Código Postal do Responsável: 3850 Endereço do Responsável: Albergaria-A-Velha Observações: Peregrinação no 3.º Domingo de Agosto Significado religioso: Templo construído em 1859, como ex-voto à Virgem, quando a epidemia "cólera-morbos" parecia dizimar toda a população. Telefone do Responsável: 234521777

Lifecooler

sábado, 15 de agosto de 2009

Imagens


Fonte:CMA

Capela - década de 1940

Edição Tipografia do Vouga - década de 1940

Santuário

O santuário do Bico do Monte é uma pequena capela que mantém alguns elementos da traça original. "Foi ampliado, arranjado e foi feito um alpendre frontal para permitir que a celebração se faça no exterior. Vem de facto muita gente e na capela não havia lugar para se ver e acompanhar bem a celebração", contextualiza Querubim Silva, pároco de Albergaria-a-Velha.

No local existe um miradouro sobre a capela que também foi sujeito a uma intervenção e que oferece uma panorâmica "excelente de toda a bacia lagunar". Mesmo fora do contexto da festa, há muita gente a rumar ao santuário exactamente devido à sua localização recolhida e ambiente sereno.

Durante muito tempo houve o hábito de pendurar notas na imagem de Nossa Senhora do Socorro mas actualmente essa tradição desapareceu por ser "pouco digna", refere o pároco. Muitos dos peregrinos deslocam-se ao Bico do Monte com o intuito de pagar promessas. "Não é nada volumoso do ponto de vista económico, mas é significativo", comenta Querubim Silva.

Para o pároco, a festa é importante sobretudo pela tradição e como referência da própria vila. Surge como um produto da dedicação de cada um e, não assinalar o evento, seria "trágico".

Pedro José Barros/O Aveiro
ed. 757, 10 de Agosto de 2006

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Poema de António Correia d’Oliveira

Senhora do Socorro

Numa paisagem forte e excepcional,
Aonde cabe bem toda a beleza
Desta terra a que chamam Portugal
E eu chamo o coração da Natureza,

Nos primeiros arrancos em que a terra
Fugindo do mar, que é pesadelo de águas,
Torna de novo a si e se faz Serra,
E se revolta em pinheirais e fráguas,

E no alto dum serro, ao mar fronteiro,
Ante a montanha séria, foi erguida
A mais linda capela que um romeiro
Pode ver, na romagem desta vida:

Pode ver a encimar o airoso monte
Que do mar para a serra se encaminha,
Como deusa pagã que fosse à fonte
E levasse à cabeça a cantarinha…

Senhora do Socorro: à tua roda
Que verde devoção de pinheirais!
Os pinheirais que rezam, sabem toda
A Fé das grandes coisas imortais,

As verdes legiões que tu dominas
De toda a altura, e que parecem,
Não árvores agrestes, pequeninas
Roseiras que ajoelham, e florescem…

A um lado, ao sol, o mar, tão claro e ardente
(A névoa é o fumo duma onda a arder),
E o mar, que toca o céu, parece à gente
Que se ergue mais em si, para te ver.

Doutro lado, a montanha imensa e augusta,
A fortaleza altíssima de Deus
Nessa guerra de amor que à terra custa
Verde sangue que sobe e brada aos céus.

E em toda a imensidade azul e branca
A névoa e o sol que dão também batalha,
E são gritos de luz que o sol arranca,
E desmaios da névoa que se espalha…

Olhai! Olhai: O céu, a serra, o mar…
Aqui não há doenças nem fraquezas:
Todo o remédio está somente em olhar
Neste Hospital das almas Portuguesas.

António Correia d’Oliveira

Brochura datada de Agosto de 1950

Na. Sra. do Socorro

A festividade que se realiza no Bico do Monte, em honra da Virgem do Socorro, evoca-nos o passado e arrasta o nosso pensamento para o futuro grandioso, que há-de irradiar daquele ponto, convertendo a nossa terra em um magnífico centro de turismo.

1. O Passado. Parte Histórica

O Bico do Monte denominava-se Pedra da Águia em 1117, ou seja, ao tempo em que a Rainha D. Teresa concedeu a Carta do Couto de Osselôa, para se instituir aqui uma Albergaria.

Esse notável documento, de que proveio a fundação da nossa terra e é de todos nós conhecido, fala-nos da Pedra da Águia e os diversos autos da demarcação do aro do Couto confirmam, uniformemente, que o Bico do Monte é a antiga Pedra da Águia.

É de supor que, até 1855, o actual Monte do Socorro receberia apenas as visitas dos pegureiros e dos gados que apascentavam pelas encostas e que iam tosando os matos, que delas brotavam, espontâneos e bravios. Também o sítio era propício às feras, que abundavam, como de tudo nos dá conta a Carta do Couto de Osselôa.

Aquele ano, com a calamidade da cólera-morbus, que assolou esta região e o país inteiro, deu início à transformação do Bico do Monte.

Em Outubro de 1855 grassou com grande intensidade, nesta vila, a temerosa epidemia do cólera-morbus, deixando um rasto de desolação e de morte. As famílias que podiam emigrar abandonavam tudo, sendo algumas delas fulminadas durante esse êxodo macabro.
O terror apossou-se de todos e o desvairamento ia até à loucura.

Em tão aflitivo transe, fizeram-se preces, encheram-se os templos e abandonaram-se todos os trabalhos e ocupações para se orar a Deus, a rogar-lhe que extinguisse a epidemia.

Nos lugares de Assilhó, Sobreiro, S. Marcos, Frias, não houve caso algum do cólera-morbus, o mesmo sucedendo na freguesia de Vale Maior. Nesta vila houve 43 óbitos. Anota-se que na Angeja as vítimas foram em número de 98.

Foi então que um grupo de homens fez o voto de erigir uma capela no Bico do Monte, dedicada à Virgem, com a invocação de Senhora do Socorro, se o terrível flagelo nos desamparasse breve; e verificou-se que, desde esse voto, nenhum outro caso ocorreu, o que foi considerado como o primeiro milagre da Senhora do Socorro.

Logo em 1856 se deu começo à construção da capela, que foi concluída em 1857, celebrando-se então imponentes e luzidos festejos, a que se associou uma considerável multidão.

Fundou-se uma confraria própria, com estatutos, e cuja aprovação se requereu em 23 de Outubro de 1858, tendo a assinatura dos seguintes fundadores:

Padre João Fortunato José de Almeida; Padre João António José de Almeida; José Marques Pires; Manuel Luiz Ferreira; Bernardino Marques Vidal; Bento Alvares Ferreira; João Marques Pires; Patrício Luiz Ferreira Tavares Pereira e Silva; João Ferreira da Silva Paulo; José Marques de Lemos; António José Rodrigues; Joaquim Lourenço Mendes dos Santos; Francisco Joaquim da Cruz; José Domingues da Silva; Manuel Inácio da Silva; Joaquim Rodrigues da silva e Manuel José de Bastos. Os dois últimos assinaram de cruz.

No § 1º do art.º 3º desses Estatutos determinava-se que a festividade se realizasse no 4º Domingo de Agosto, mas, por dificuldades várias, fixou-se depois o 1º Domingo depois de 15 de Agosto e, finalmente, estabeleceu-se o 3º Domingo desse mês, dia em que se celebra a festa desde a nossa lembrança.

A título, ainda, de informação histórica, julgamos útil referir o seguinte facto:

No extremo Sul da Avenida, no cimo do Bico do Monte, ponto limite do percurso da procissão, existe um elevado cruzeiro de granito, que assenta sobre um soco, também de granito. Na face Norte desse soco achava-se gravada uma inscrição, que há dias fomos examinar e não conseguimos decifrar.

Esclarecemos que esse soco, com a cruz que o encimava, constituíam o padrão que o Acórdão da Relação de Lisboa, de 27 de Maio de 1629, mandou que se colocasse à entrada da vila, com um letreiro que diga:

AQUI HÁ ALBERGARIA DE POBRES E DOENTES COM CAVALGADURA E AGASALHADO

Esse padrão foi cravado à beira da estrada real, a sul da vila, na rua dos Salgueirinhos e no sítio onde hoje se acha a capela de S. Sebastião. Em 1858 foi levado para o monte da Sra. do Socorro, e há poucos anos mudado para onde já indicámos e se encontra.

Os nossos apontamentos, já publicados, dizem-nos que não foi inteiramente observada a ordem prescrita pelo Acórdão que citámos, porque o letreiro gravado na pedra reza assim:

AQUI COMEÇA ALBERGARIA DE POBRES E PASSAGEIROS DE D. THEREZA

Desejaríamos que os estudiosos se dessem à pachorra de decifrar a aludida inscrição, para nos fixarmos na verdade.

2. O Presente.

Ergueu-se a capela e fez-se a sua inauguração com o entusiasmo que brotava da fé intensa dos que viveram dias de tamanha amargura e anseio, crentes no milagre da Virgem. Havia que prosseguir nas manifestações em honra da Senhora do Socorro, a cuja intercessão recorriam, de ora avante, todos os que vivessem horas aflitivas, para que a sua dor se debelasse.

Nos anos seguintes e em número sempre crescente, os devotos acudiam em romagem de piedoso agradecimento pelas mercês recebidas e trazendo as dádivas em cumprimento de promessas.

Começou então a conhecer-se o Bico do Monte, ficando-se surpreso com o vastíssimo panorama que dele se desfrutava, fosse qual fosse a direcção para onde se alongasse a vista.

Ao poente, os pequenos montes de sal de Aveiro, com a brancura da pureza das almas recolhidas em silêncio, – o Farol da Barra, – as águas do mar, brilhando ao dardejar do sol, estendiam-se pelo horizonte sem limites, até nos darem a sensação de que terminavam onde começava de erguer-se a cúpula do céu. Os canais, a ria com os seus minúsculos barquitos, de velas brancas que o vento inflava e as praias e povoações, parece que não era a inveja pela grandeza com que a Providência nos dotou.

A sul, a dois quilómetros, notavam-se os contornos da nossa vila, os seus edifícios e uma ou outra janela aberta, donde se desprendia o sorriso duma mulher graciosa e quem sabe se o adejar dum lenço em saudação correspondida. Saudação à Virgem…
Distante, destaca-se o Buçaco, mais para nascente o Caramulo, depois as serranias das Talhadas, as do Arestal e mais e mais até chegarmos às planícies do norte, cobertas de pinheirais, eucaliptos em densas matas, intercaladas de povoações caiadas de branco.

O panorama é vasto e tarde despertamos da muda contemplação em que nos extasiamos horas seguidas.

A belíssima poesia do grande poeta Correia de Oliveira e que aqui vai publicada, condensa, magistralmente, o conjunto de maravilhas que podemos encontrar no Bico do Monte.

As encostas do Monte, ali à mão, estavam cobertas de mato agreste, brotando, dentre ele, um outro pinheirito raquítico.

Manteve-se esse estado por largos anos, sendo necessário que houvesse o primeiro impulso para sair do ponto morto em que caíra.

Rasgou-se uma avenida de acesso, – abriu-se uma pequena ruela na encosta para que os veículos mais facilmente alcançassem o ponto cimeiro, – alargou-se o recinto da capela com custosas obras de ampliação e muralhas de suporte, – construiu-se uma escadaria a pequena distância da capela, – estendeu-se muito mais e alargou-se, a estrada ou Avenida destinada ao percurso da procissão, – plantaram-se árvores e cobriu-se o monte de eucaliptos e pinheiros.

Alguma coisa se fez, mas é tudo pouco.

As procissões eram francamente concorridas e a elas nem a população da vila assistia, reservando-se para o arraial da tarde.

No dia seguinte, segunda-feira, era a festa dos moleiros, que o tomavam de sua conta para comezainas fartas.

Em 1915 e 1916 esses costumes modificaram-se, passando os albergarienses a reservar para si, especialmente, a segunda-feira, dia em que a vila se despovoa para se deslocarem ao Bico do Monte, com grandes cestos de víveres, em que predomina o leitão regional.

Também a procissão e as cerimónias religiosas na capela, tomaram, com o Padre Matos, um notável incremento, a ponto tal que o cimo do monte e a capela não comportam os romeiros de longe e que constituem multidão, acrescidos de gente da vila, que se acostumou já a assistir à procissão, em que tomam parte centenas de anjos, todos vindos de promessas à Virgem e em que os cânticos entoados por tão grande mole de crentes, a revelar a sua fé em Deus e afirmarem a sua confiança extrema na bondade divina, sempre propensa ao perdão e ao bem das almas.

A procissão é emocionante, especialmente o adeus à Virgem, que sensibiliza profundamente os mais indiferentes.

Por vezes é tanta gente que constitui a procissão que não é possível estabelecer a ordem, como seria necessário.

Compreende-se a necessidade de se manterem no melhor estado de conservação todas as estradas de ligação ao Monte do Socorro, permitindo que, em qualquer época, seja visitado e admirado. Consideramos isso indispensável.

Acrescentaremos esta nota: - o Estado Maior do nosso Exército mandou construir sobre a capela um pequeno miradouro de observação, reconhecendo, assim, que estava em presença dum magnífico ponto estratégico.

3. O Futuro.

O Pároco, Sr. Padre Francisco Teixeira, com o propósito de obter uma base segura para o aformoseamento do Monte e construção dum Santuário grandioso, encarregou certos arquitectos de elaborarem um projecto de obras vastas. Existe o projecto, embora sem forma definitiva.

Delineiam-se parques, traçam-se escadarias monumentais, indicam-se lagos, etc. O que não existe é dinheiro que baste para qualquer dessas obras.

Cremos que cumpre, primeiro que tudo, explorar as águas abundantes em ponto acessível e que poderia ser fixado por um vedor de confiança. Isso é essencial, tal como as boas estradas.

Lembra-nos, a propósito, que fomos, há dias, ao Monte do Socorro, com vários amigos, que nos haviam informado de que encontraríamos lá o que ainda não conhecíamos. Ao regressarmos e a poucos metros já da via férrea que atravessa a Avenida, passou velozmente a automotora em demanda de Espinho e que nem nos saudou com o menor aviso, ou um mero cumprimento. Confiamos em que a protecção da Virgem do Socorro não falte aos crentes para os livrarem dos apuros dum grave desastre. São os nossos sinceros votos.

Regressando ao futuro.

Entendemos necessário e urgente que se reserve um largo espaço para parque de estacionamento das centenas de veículos que ali afluem. O terreno deve ser vasto e terraplanado.

Não ocultamos a nossa aversão ao eucalipto para arborização definitiva do monte. Árvore para proveito e boa receita, mas com vários inconvenientes. O primeiro denuncia-se já por interceptar a vista do extraordinário panorama que é a melhor recomendação do local. Acresce que é uma árvore feia e que é uma esponja para o terreno onde as raízes se infiltram. Com elas a água desaparece. Há que tosar já os que prejudicam a vista do largo horizonte, bem como os do fim da Avenida, que ocultam a capela aos que por ali transitam.

Indubitavelmente há muita coisa a fazer não só para comodidade atraente dos romeiros, mas para os forasteiros e para a população da vila, que há-de sentir orgulho em recomendar aos seus amigos uma visita ao Bico do Monte, que tantos nos invejam e cobiçam e que nós temos quasi desprezado.

Há-de construir-se o Santuário, pouco depois de se descobrir um manancial de água e da conveniente reparação ds vias de comunicação. Para isso é necessário criar uma robusta fé na Senhora do Socorro e levar essa fé a todas as almas, de modo a encararem a sério o alto valor que representa para a nossa terra o aformoseamento do Monte do Socorro.

Façamos intensa propaganda lá fora e cá dentro; - digamos, como o poeta Correia de Oliveira, que é ali um sanatório e imaginemos que vemos já lá um Hotel de Turismo. Por enquanto é imaginário, mas, mais cedo do que se julga, veremos elevarem-se ali as suas linhas arquitectónicas.

Não olhemos para o passado; - encaremos de frente o futuro, que pertence só aqueles que trabalham, dominados por grande força de vontade e impelidos por um forte entusiasmo pela grandeza de Albergaria.

António de Pinho, Agosto de 1950

(O texto apresentado foi transcrito de uma brochura datada de Agosto de 1950 e assinado por A. de P.) - copiado da página dos Escuteiros de Albergaria

sábado, 8 de agosto de 2009

Nossa Senhora do Socorro

Em 1855 Portugal foi assolado por uma epidemia de cólera que não tardou em chegar a Albergaria-a-Velha. Só na vila, e em poucos dias, esta doença vitimou 34 pessoas entre 130 coléricos.

Como seria de esperar, estavam todos muito assustados e desesperados. Num último recurso, apelavam à providência divina para afastar este mal da vila. A população abandonava o trabalho, a casa e até a própria família para se refugiar nos recintos sagrados e suplicar clemência.

Em 18 de Outubro de 1855, um grupo de amigos, completamente angustiados com a catástrofe que se abatera sobre Albergaria devido à cólera-mórbus, invocou auxílio divino por intercessão de Nossa Senhora do Socorro, pedindo que o flagelo cessasse. Em troca fizeram o voto de erigir uma ermida na colina do Bico do Monte.

Pouco tempo depois o milagre aconteceu e a epidemia acabou tão depressa como começara. Como havia sido prometido, a capela foi construída em 1856 e em 1880 instituiu-se a Irmandade sob a gloriosa invocação.

Hoje em dia, a grande fama dos milagres desta santa atrai para o Monte muitos visitantes que vêm agradecer à Consoladora dos Aflitos a sua protecção.

Arrasta-se no tempo o hábito da romaria à colina do Bico do Monte, em Albergaria-a-Velha, onde todos os anos se realizam as festas em honra de Nossa Senhora do Socorro.

Reza a tradição que, no dia 15 de Agosto ou imediatamente no Domingo seguinte, milhares de devotos se desloquem ao santuário erguido na confluência das freguesias de Albergaria-a-Velha, Branca e Valmaior para prestarem homenagem à santa que terá ajudado a população a livrar-se de uma peste em meados do século XIX.

A peregrinação domingueira é acompanhada por uma missa solene ao fim da manhã, logo seguida de uma procissão na avenida que está em frente ao santuário com a imagem de Nossa Senhora do Socorro. A parte da tarde costuma ser preenchida com um concerto de uma banda filarmónica, complementado com uma recitação do rosário. Para finalizar este dia, o espaço transforma-se num centro de convívio, com espaço para o farnel e para a venda de vários tipos de artigos, desde os doces ao calçado.

Na segunda-feira, tem lugar uma merenda ao meio-dia e a parte da tarde volta a ser animada por nova banda, antes da eucaristia. As festividades terão adoptado estes moldes há cerca de duas décadas.

Pedro José Barros / O Aveiro
ed. 757, 10 de Agosto de 2006

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carta do Couto de Osseloa

«Este notável documento constitue a certidão de nascimento e de batismo de Albergaria-a-Velha e, mais do que isso, atribuem-se-Ihe ainda foros de maior valor para a nossa nacionalidade, considerando-o o primeiro documento em que Portugal figurou com o título de reino.

Alexandre Herculano, História de Portugal, 1.ª Edição, 1.º volume, pág. 244, em nota.

Carta do Couto de Osseloa

Pedra da Águia (Bico do Monte ou Monte da Senhora do Socorro)